Hepatite B ( Causa, Factores, Tratamento)

HEPATITE B


A hepatite B é uma doença causada por vírus e que acarreta inflamação do fígado. Entre as hepatites temos as causadas pelos vírus A, B, C, D e E.
Causada pelo vírus B (HBV), a hepatite do tipo B é uma doença infecciosa, também chamada de soro-homóloga. Como o HBV está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma infecção sexualmente transmissível.




TIPOS

A hepatite B apresenta duas fases evolutivas:

1. FASE AGUDA

A fase aguda da infecção de hepatite B pode durar até seis meses. Seu sistema imunológico provavelmente é capaz de defender-se contra a hepatite B aguda e você deve se recuperar completamente dentro destes seis meses. A maioria das pessoas adultas que se contaminam pelo vírus hepatite B não desenvolvem sintomas na fase aguda da doença. A incapacidade da eliminação do vírus HBV nestes seis meses leva o paciente para a fase crônica da doença.




2.FASE CRÔNICA


A fase crônica da doença pode durar anos ou a vida toda do indivíduo que não conseguiu eliminar o HBV nos seis meses iniciais da doença. Isso ocorre quando o sistema imunológico do paciente não consegue combater a infecção. A cronicidade da doença pode levar à cirrose do fígado e ao câncer de fígado (hepatocarcinoma).
O risco de a doença tornar-se crônica depende da idade na qual ocorre a contaminação. As crianças são as mais afetadas. Naquelas com menos de um ano, esse risco chega a 90%; entre um e cinco anos, varia entre 20% e 50%. Em adultos, o índice cai para 5% a 10%.


CAUSAS



A hepatite B é causada pelo vírus B (chamado também de VHB). Uma vez dentro do organismo humano, o vírus ataca os hepatócitos as células do fígado e começa a se multiplicar, levando à inflamação do órgão.



TRANSMISSÃO


As formas de transmissão do vírus B são: sexual, sanguína e vertical (de mãe para filho durante a gestação-parto e amamentação).
A hepatite B é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), pois pode ser transmitida de pessoa a pessoa por meio do contato com sêmen, saliva e secreções vaginais durante relação sexual desprotegida. Isso acontece porque o vírus atinge concentrações muito altas em secreções sexuais.
A transmissão sanguínea ocorre por meio do compartilhamento de seringas com sangue contaminado, que é uma prática comum entre usuários de drogas injetáveis, em acidentes com material perfurante contaminado, entre trabalhadores da área da saúde, por meio de pequenos ferimentos presentes na pele e nas mucosas, hemodiálise, por transfusão de sangue (quando a contaminação acontece do doador de sangue para o receptor). Felizmente, desde que a avaliação de sangue doado tornou-se uma prática obrigatória nos bancos de sangue, a contaminação de hepatite B por meio de transfusão é cada vez mais rara.
A transmissão vertical é quando a contaminação acontece de mãe portadora do vírus B para a criança, que se dá durante o parto.


FATORES DE RISCO


Existem diversos fatores que podem aumentar o risco de contrair a hepatite B, como:
- Ter relações sexuais desprotegidas com vários parceiros, pois tem maior chance de algum ser portador do vírus sem saber
- Ter sido diagnosticado com outra doença sexualmente transmissível, como gonorreia e clamídia
- Compartilhar seringas durante aplicação de drogas injetáveis
- Trabalhar em áreas de saúde, com exposição a sangue
- Viajar para regiões em que há altos índices de infecção por VHB, como África, sudoeste e região central da Ásia e Leste Europeu.


SINAIS E SINTOMAS


Geralmente, os sintomas de hepatite B surgem cerca de 40 dias depois do contato com o vírus, e sua intensidade varia de pessoa para pessoa. Confira os principais sintomas da doença:
- Dor abdominal
- Urina escura
- Febre
- Dor nas articulações
- Perda de apetite
- Náusea e vômitos
- Fraqueza e fadiga
- Amarelamento da pele (icterícia).
Os sintomas vão melhorando aos poucos, geralmente duram alguns dias e desaparecem, essa fase inicial com sintomas e com alteração dos exames de sangue é chamada de fase aguda da doença (hepatite aguda). Nessa fase o seu sistema imunológico consegue combater o vírus facilmente e o prognóstico é dos melhores, com recuperação em poucos meses. Apesar da melhora dos sintomas os exames podem demorar até 6 meses para voltarem ao normal, quando ocorre a cura espontânea da hepatite B.
Porém em cerca de 5 a 10% dos casos o corpo não consegue combater o vírus B, permanecendo com infecção ativa, o que caracteriza a forma crônica da doença, que pode evoluir para problemas mais graves no fígado, a exemplo da cirrose e do câncer.
A maioria das crianças infectadas durante o parto ou até os cinco anos de idade não conseguem eliminar o vírus e apresentam hepatite B crônica.
Além de ser mais grave, a hepatite crônica é também mais traiçoeira, pois pode passar despercebida por décadas. Muitas pessoas não apresentam os sintomas de fase aguda quando entram em contato com o vírus e ele permanece sem causar sintomas, porém causando destruição progressiva do fígado. Quando o diagnóstico finalmente é feito, muitas vezes o paciente já está com complicações graves e com tratamento muito mais difícil.


DIAGNÓSTICO



Especialistas que podem diagnosticar a hepatite B são:
- Clínico geral
- Gastroenterologista
- Hepatologista
- Infectologista
- Imunologista.
Inicialmente se suspeita de hepatite aguda pelos sintomas manifestado pelo paciente, como febre e dor no abdômen. Exames podem indicar que o fígado está pouco aumentado também.
EXAMES
A confirmação do diagnóstico de hepatite é feita por exames de sangue com altos níveis de transaminases, ALT, AST, fosfatase alcalina, gama GT e bilirrubinas. As transaminases elevadas caracterizam o quadro de hepatite aguda, sendo realizados marcadores sorológicos para identificação do tipo de hepatite:
- Anticorpo para o HBsAg (AntiHBs)
- Anticorpos para antígeno da hepatite B (Anti-HBc)
- Anticorpos para antígeno core da hepatite B da classe IgM (Anti-HBc IgM)
- Antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg): um resultado positivo significa que a pessoa é portadora do vírus B
- Antígeno de superfície da hepatite E (HBeAg)


TRATAMENTO

Se você sabe que foi infectado pelo vírus VHB, dirija-se ao hospital. Receber uma injeção de imunoglobulina e vacina contra a hepatite B em até 72 horas após o contágio, pode evitar que você desenvolva a doença.
Mas se o diagnóstico já tiver sido feito, é hora de cuidar para que a doença não evolua para complicações mais graves.
1. Fase aguda da Hepatite B
Não tem tratamento específico para esta fase da hepatite B, mas pode tomar medicamentos para reduzir quaisquer sintomas que você venha a sentir enquanto seu sistema imunológico combate o vírus. Para avaliar a evolução e garantir que o vírus foi definitivamenteerradicado de seu corpo, o seu médico poderá pedir exames de sangue periódicos.
2. Fase crônica da Hepatite B
Para este caso, é necessário tratamento específico:
- Medicamentos antivirais: o médico recomendará o uso de medicamentos, que combaterão o vírus VHB e que o impedirá de causar maiores danos ao fígado, geralmente usados de forma contínua, uma vez que não se consegue eliminar o vírus
- Nos casos de cirrose avançada pode ser necessária a realização de um transplante de fígado: se o seu fígado foi seriamente danificado pela hepatite B, o transplante pode servir como recurso complementar ao seu tratamento.
Medicamentos para Hepatite B
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.


HEPATITE B TEM CURA?


O prognóstico para hepatite B aguda é animador. Em média, somente 1% dos pacientes diagnosticados com hepatite B aguda morrem por causa da doença. Se você tem hepatite B aguda, a doença deverá desaparecer em até, no máximo, seis meses, embora isso costume acontecer antes. Mas cerca de 5-10% das pessoas não melhoram, nem eliminam o vírus, permanecendo com a hepatite, que agora passa a ser chamada de crônica.
Já no caso da hepatite B crônica, o tratamento é recomendável, se feito corretamente, é quase sempre eficaz, ocorre melhora dos exames e inativação do vírus, com menor risco de evoluir para cirrose e câncer de fígado.
COMPLICAÇÕES
Sem tratamento, a hepatite B crônica pode levar a complicações mais graves, como:
- Cirrose, que abre feridas na parte interior do fígado, podendo levar até à sua falência
- Câncer de fígado
- Falência do fígado. Para esses casos, a única alternativa viável é o transplante
- Hepatite D. Alguns pacientes diagnosticados com hepatite B podem apresentar hepatite D associada. Isso acontece porque o vírus causador da hepatite D acomete principalmente pessoas que já sejam portadoras do vírus B. No entanto, o vírus D só costuma aparecer em alguns lugares do mundo, como na região amazônica, por exemplo. Esta associação pode piorar o prognóstico do paciente
- Problemas renais podem surgir caso a hepatite B não seja tratada. Esses problemas podem, eventualmente, levar até à falência múltipla dos rins.



PREVENÇÃO


A melhor maneira de prevenir a hepatite B é através da vacina. A vacina contra a hepatite B é segura e eficaz e geralmente é administrada em 3-4 doses durante um período de 6 meses. Depois de receber as três doses, a vacina contra hepatite B fornece mais de 90% de proteção a bebês, crianças e adultos imunizados antes de serem expostos ao vírus. Todas as crianças devem receber a primeira dose da vacina contra a hepatite B no nascimento e devem completar a série de três vacinas até os seis meses. Jovens menores de 19 anos que não foram vacinados devem atualizar suas vacinas.
Pessoas com alto risco de contaminação, incluindo profissionais da saúde e aqueles que moram com alguém que tem hepatite B precisam se vacinar.
Recém-nascidos cujas mães estão infectadas com hepatite B devem receber uma imunização especial, que inclui imunoglobulina contra hepatite B e vacinação contra hepatite B nas primeiras 72 horas de vida.


A triagem de todo o sangue doado tem reduzido as chances de contaminação por hepatite B na transfusão de sangue. A notificação obrigatória da doença permite que os profissionais da saúde acompanhem pessoas que foram expostas ao vírus. A vacina é dada àqueles que ainda não desenvolveram a doença.
A vacina ou a imunoglobulina contra a hepatite B (HBIG) pode ajudar a prevenir a infecção se aplicada até 72 horas após a exposição.
A vacina contra a hepatite B não é recomendada para pessoas que tiveram reações alérgicas graves a uma dose anterior da vacina contra a hepatite B ou a qualquer parte da vacina. Além disso, não é recomendado para quem é alérgico a levedura porque a levedura é usada ao fazer a vacina. Informe o seu médico se você tem alguma alergia grave. Mas é sempre bom prevenir, então os médicos recomendam que as pessoas:
- Evite o contato sexual desprotegido com uma pessoa que tenha hepatite B aguda ou crônica
- Use preservativo e pratique sexo seguro
- Evite utilizar objetos pessoais de outros, tais como lâminas de barbear ou escovas de dente
- Não compartilhe seringas de drogas ou instrumentos de outras drogas (como canudos para cheirar drogas). De preferência, não use drogas. Procure um centro especializado em dependência química e informe-se sobre as melhores opções para livrar-se de vez dos vícios.
O vírus da hepatite B não pode ser transmitido pelo contato casual, como mãos dadas, partilha de talheres ou copos, abraço, tosse ou espirro...

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